Do pré-escolar ao lar, os videojogos podem realmente desempenhar um papel importante no que toca à aprendizagem. O treino de raciocínio espacial, da atenção, da capacidade motora, da memória, etc., não tem limite de idade ou barreira física. Não é por acaso que cada vez mais encontramos videojogos que se enquadram na área de desporto cerebral.
Mais do que entretenimento
Cada vez mais pessoas integram o mundo dos videojogos e aquilo que nasceu há tão pouco tempo, tornou-se agora uma indústria de milhões. É por isso que cada vez mais se têm criado videojogos com outros intuitos que não apenas o entretenimento. O site espanhol The Good Gamer falou com Norman Suárez, CEO da Cuicui Studios que até agora já desenvolveu três aplicações de aprendizagem que vão desde a idade pré-escolar até à vida adulta. Para ele é fundamental adaptar os jogos de aprendizagem às diversas idades já que “uma criança de três anos pode entender determinados conceitos por voz, enquanto uma de nove pode entender conceitos mais complexos sendo fluente em alfabetização”. Ter em sala de aula um videojogo que não é só para entreter mas também para ajudar a aprender, torna-se uma estratégia criativa e interessante que aproveitando o foco e interesse das crianças para uma atividade que tanto gostam, leva a que estas também possam aprender com mais facilidade.
O sector do mercado de saúde digital está realmente a crescer, algo que é demonstrado por um estudo da Sharpbrains. Mas não é só para as crianças que esta indústria se encontra em crescimento. Sabendo a investigação que os videojogos auxiliam a combater o declínio cognitivo, cada vez mais são utilizadas aplicações como Peak, Lumosity, Elevate ou Cuibrain por pessoas de idade avançada.
Ainda assim, os especialistas da área referem que ainda existe bastante estigma quanto aos videojogos não poderem ser mais do que entretenimento. O criador do Cuicui Studios diz então que considera ser necessário que professores e famílias possam receber formação nesta área. Para que possam reconhecer o potencial deste tipo de ferramentas.
Maria João Andrade, Psicóloga Clínica