Cultura e Arte

Uma forma de arte, uma expressão de vida

Os Jogos Existem Desde a Antiguidade

A atividade de jogo faz parte da nossa história enquanto seres humanos. Muito antes dos videojogos, diversas foram as formas de jogo criadas, cujas aprendizagens foram aplicadas no contexto dos próprios jogos e, depois, na vida real. Pelo menos desde a Era de Bronze são conhecidas criações de jogos de tabuleiro em diversas culturas. Estes eram utilizados não só para entretenimento, mas também como ferramentas de educação, religião, propagação de conhecimento e até estratégia de guerra.

Jogos com História

Johan Huizinga, historiador e linguista holandês, referiu que
“o jogo é uma atividade voluntária exercida dentro de determinados limites de tempo e espaço. As regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo e acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente da vida quotidiana”. Para este estudioso que viveu nas últimas décadas do século XIX e primeiras do século XX, a nossa capacidade de jogar era, de facto, a base de surgimento e desenvolvimento da civilização. Afinal, não é a vida um jogo?

Cinema

O mundo dos videojogos é ainda um meio recente quando pensamos que: o primeiro jogo de computador surgiu em 1951; o primeiro jogo de arcada, em 1971; a primeira consola, em 1972; o primeiro jogo multiplayer online, em 1990; e o primeiro jogo num telemóvel, em 1997. Ao longo dos anos e décadas,
os videojogos continuam a evoluir e a assimilar cada nova tecnologia lançada, para além de, eles próprios, impulsionarem o desenvolvimento de novas tecnologias. Assim, a cultura, a expressão e a arte do universo dos videojogos vão sendo moldadas e vão também moldando
e inspirando outras indústrias do setor do entretenimento.
Por exemplo, são já muitos os títulos de videojogos que foram adaptados para os grandes ecrãs do cinema por revelarem profundidade de história, personagens e criatividade.
Alguns destes títulos são o Tomb Raider, World of Warcraft, Max Payne ou Final Fantasy, entre outros.

Música e Arte

Também na música encontramos inspiração nos videojogos, sendo cada vez mais comum a existência de músicas para videojogos compostas por grandes nomes. Por exemplo, o músico britânico David Bowie foi um dos primeiros artistas a participar ativamente na criação de um videojogo (Omikron: The Nomad Soul, 1999). Após esse acontecimento já vimos a Konami pedir ao compositor e produtor musical britânico Harry Gregson-Williams a composição do tema de Metal Gear Solid e a Ubisoft a contar com a colaboração do compositor e pianista argentino Lalo Schifrin. É ainda de realçar que muitos dos mais icónicos instrumentais de videojogos são tocados nas salas de concerto mais prestigiadas por diversas orquestras e bandas, o que reforça a conclusão de que esta indústria vem moldando ativamente, e cada vez mais, a nossa cultura.
Vemos também na arte, no design e na narrativa dos videojogos uma representação cultural e tantas vezes artística. O videojogo torna-se, de facto, uma obra viva e uma representação de um espaço no tempo tal como tantas outras obras artísticas.